domingo, 11 de novembro de 2012

Jornais dão um pulo no escuro para tentar sair da crise

Por Carlos Castilho em 07/11/2012


Cada tragédia deixa as suas lições e a inundação provocada pela tempestade Sandy, nos Estados Unidos, não fugiu à regra, especialmente na imprensa. A enchente mostrou como a indústria do jornal impresso é vulnerável quando os sistemas físicos de distribuição deixam de funcionar. Mas também revelou como a internet é frágil quando falta energia elétrica por longos períodos de tempo.
 Mas o que alguns jornais, como o The New York Times, aprenderam não está  em nenhum manual sobre conduta em situações críticas. O centenário jornal  usou a tempestade Sandy para testar um novo sistema por meio do qual ele pretende não só combinar texto, áudio, vídeo e interatividade numa única plataforma, como também torná-la compatível com dispositivos móveis tão diversos quanto os tablets e smartphones que usam sistemas operacionais como o Android, Blackberry , IOS e Windows 8.
É claro que nem tudo funcionou a contento, mas o simples fato de que alguém tenha pensado emdesafiar as dificuldades criadas pela tormenta para experimentar algo novo já é, por si só, uma iniciativa revolucionária, principalmente em se tratando de exploração de narrativas multimídia em formato digital. 
O que o Times está tentando é mergulhar mais fundo num ambiente que para a maioria dos jornais ainda é um grande mistério, um salto no escuro. Como transformar a cultura, as regras e as técnicas de produção jornalística baseada em linguagem linear e unidirecional numa narrativa multimídia, interativa, móvel e fluída.  Na teoria já existe muita coisa pensada sobre isso, mas o que interessa mesmo é a prática porque se trata de um território desconhecido onde só a experiência tem valor real.
O problema é que os executivos da imprensa têm muito medo de arriscar nessa área porque os fracassos inevitavelmente são e serão mais frequentes do que os êxitos. A questão é que se ninguém resolver arriscar, nunca se descobrirá qual o caminho das pedras para a narrativa jornalística  digital. Os pioneiros pagarão o preço da audácia e os que conseguirem superar todo o ceticismo somente serão reconhecidos pela história, porque dificilmente os resultados aparecerão de imeditato. Continue lendo

Fonte: Observatório da Imprensa – www.observatoriodaimprensa.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário